A geração digital não sabe navegar

Estudos recentes sugerem que os jovens não sabem pesquisar na internet. Como as escolas podem ajudá-los a explorar essa fonte de informação

BRUNO FERRARI (revista Época)

No início dos anos 1990, uma coleção de enciclopédias tinha o mesmo valor educacional que um microcomputador tem hoje em dia – eram ótimas ferramentas de pesquisa para os estudantes. Para quem tem menos de 20 anos, pode parecer incompreensível. Como uma coleção de livros de capa dura, grandes, pesados e difíceis de manusear, pode ser tão eficaz quanto os programas de busca da internet, que nos colocam a dois cliques de qualquer resposta? A geração que nasceu depois do surgimento da internet tem a sua disposição o maior volume de informação da história. Mas novos estudos sugerem que a intimidade dos jovens com o mundo digital não garante que eles sejam capazes de encontrar o que precisam na internet.

Uma pesquisa da Universidade de Charleston, nos Estados Unidos, mostra que a geração digital não sabe pesquisar. Acostumados com a comodidade oferecida por mecanismos de busca como o Google, eles confiam demais na informação fácil oferecida por esses serviços. O estudo mostrou que os estudantes usam sempre os primeiros resultados que aparecem após uma busca, sem se importar com sua procedência. No estudo, os pesquisadores pediram a um grupo de universitários que respondesse a algumas perguntas com a ajuda da internet. Mas fizeram uma pegadinha: fontes de informação que não apareceriam no topo da lista de respostas do Google foram apresentadas propositalmente como primeira opção. Os estudantes nem notaram a troca: usaram as primeiras respostas acriticamente. Outro estudo, realizado pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, pedia que 102 adolescentes que estavam se formando no ensino médio buscassem termos diversos em sites de pesquisa on-line. Todos trouxeram os resultados, mas nenhum soube informar quais eram os sites usados para obter as respostas: se veio da internet, já estava bom.

A conclusão dos cientistas é que os estudantes de hoje confiam demais nas máquinas. Em princípio, esse comportamento faz sentido, porque os sistemas de buscas oferecem conteúdos cada vez mais relevantes. Mas gera uma efeito colateral preocupante: a perda da capacidade crítica. “Precisamos ensinar os alunos a avaliar a credibilidade das fontes on-line antes de confiar nelas cegamente”, diz Bing Pan, pesquisador da Universidade de Charleston. “As escolas deveriam ajudar os estudantes a julgar melhor as informações.”

O cenário descrito pela pesquisa não é exclusivo dos estudantes americanos. O paulistano Leonardo Castro, de 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio da escola Arquidiocesano, em São Paulo, diz que usa a internet para fazer 80% de seus trabalhos escolares. A fórmula se repete a cada trabalho: ele acessa o Google, insere o tema da pesquisa, consulta dois ou três sites que tratam da mesma coisa e redige seu texto. “Dou preferência aos resultados que estão na primeira página”, afirma. Ele tem algumas fontes que considera mais confiáveis, como o site Brasil Escola. Conta que os professores incentivam o uso da internet nas pesquisas e alguns sugerem sites específicos que os alunos deveriam visitar. Mas Leonardo só se preocupa com as fontes de informação na hora de relacionar as referências usadas na pesquisa – algo diferente de olhar criticamente a informação antes de usá-la no trabalho.

A vestibulanda Clarice Araújo, de 18 anos, estuda no Imaculada Conceição, colégio tradicional de Belo Horizonte. Desde o 5º ano do ensino fundamental, ela usa a internet como principal ferramenta para ajudar nas lições. Os buscadores também se tornaram aliados em sua preparação para o vestibular e para a última prova do Enem. Clarice acertou 90% das questões, uma boa marca para quem pretende cursar medicina na Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo ela, a maioria dos professores do colégio incentiva o uso da internet e sugere os melhores sites para pesquisar. “Já tomei um puxão de orelha por ter me baseado em apenas um site”, diz Clarice. “Sei que deveria verificar a origem das informações, mas, na maioria das vezes, uso só o bom-senso.” Os professores contam que a maioria dos estudantes não faz nem isso. Eles simplesmente copiam (com algumas palavras trocadas) informações que aparecem nas primeiras respostas do Google. É uma maneira muito limitada de usar a rica fonte de informações que é a internet. O caminho para evitar isso é o mesmo que se requer em qualquer outra disciplina: orientação e acompanhamento.

“O professor pode indicar alguns sites mais confiáveis para a pesquisa na hora de pedir um trabalho”, diz Adilson Garcia, diretor da escola Vértice, de São Paulo. Só isso, porém, pode não ser suficiente para formar alunos capazes de pesquisar de maneira crítica, criativa e independente. Primeiro, é preciso lhes mostrar como funcionam os mecanismos de busca. Eles devem entender que critérios esses serviços usam para hierarquizar suas respostas. Sabendo como os buscadores operam, podem restringir as buscas e obter resultados mais precisos. Em segundo lugar, os estudantes têm de aprender a verificar a procedência da informação, analisando em que tipo de site ela está publicada e se é confiável. O Google não escolhe suas respostas com base na veracidade ou qualidade do conteúdo. Por fim, os estudantes devem ser incentivados a confrontar a mesma informação em diferentes sites, para perceber como a orientação de cada um pode resultar em abordagens diferentes. “É preciso transformar os alunos em críticos da informação”, afirma a professora Maria Elisabeth Almeida, coordenadora do programa de pós-graduação em educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Esse não é um desafio apenas das escolas do Brasil. É um problema mundial.”


Salvador Allende
O sonho de uma sociedade igualitária se fez real no Chile quando, em 1970, Salvador Allende venceu as eleições presidenciais no país. Sua vitória significou a implantação do mais democrático regime político da América Latina, até então. Um governo efetivamente popular que tinha o objetivo de promover profundas transformações sociais no país e oferecer aos seus cidadãos condições dignas de vida. Para isso, as primeiras medidas englobaram itens como uma previdência para todos, atendimento médico, a independência ao Fundo Monetário Internacional, a nacionalização das indústrias e uma efetiva Reforma Agrária.
Todas estas medidas, a favor do povo chileno, não agradou a elite reacionária do Chile, tampouco aos Estados Unidos. Em 11 de setembro de 1973, o país sofre o golpe militar, tendo Augusto Pinochet, então Ministro das Armas, como um dos principais líderes. Começava uma das mais sangrentas ditaduras militares presenciadas em toda a América do Sul, que resultou na morte de mais de 3 mil pessoas. O presidente Salvador Allende é covardemente assassinado no Palácio de la Moneda.

Uma vida política em nome das transformações sociais
Médico de formação, Allende nasceu em 26 de junho de 1908, na cidade de Valparaíso. Em 1926 ingressa na universidade, onde se torna presidente do Centro de Alunos de Medicina e organiza um grupo de estudos, junto com outros colegas, so bre marxismo. Já em 1930 participa ativamente da luta contra a ditadura de Carlos Ibañes, como vice-presidente da Federação de Estudantes do Chile.
Um dos fundadores do Partido Socialista, é exilado em 1935 por fazer dura oposição ao governo conservador de Ibañes. Quando retorna a Valparaíso, em 1936, participa da criação da Frente Popular, sendo eleito para seu primeiro cargo público: deputado por Valparaíso e Aconcágua, no Congresso Nacional Chileno.Em 1940, conhece Hortênsia Bussi, com quem se casa e tem três filhas: Laura, María Isabel e Beatriz.
Em 1959, Allende inicia sua aproximação com os países socialistas. Visita Havana, com o intuito de conhecer o processo revolucionário cubano e se encontra com Fidel Castro e Che Guevara. Em 1964, visita Coréia, Vietnã e União Soviética, pelo aniversário de 50 anos da Revolução Russa.
Mas é em 1969 que Allende participa da formação da Unidade Popular, que reúne comunistas, socialistas, Movimento de Ação Popular Unitária e Ação Popular Independente. O poeta e ganhador do prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda, candidato à presidência pelo Partido Comunista, abandona sua candidatura para unir-se a Allende e garantir a sua vitória.

Imperialismo não aceita vitória de Allende
A eleição de Salvador Allende provocou a ira dos setores reacionários do Chile, que contaram com o irrestrito apoio dos Estados Unidos, através da CIA.Desta forma, desenvolveram formas de boicote ao governo, como greves de setores vitais, como o transporte. Desta forma, itens de primeira necessidade como alimentos, não chegavam às cidades. A classe média burguesa, que se opunha ao regime popular de Allende, passou a estocar produtos para criar um falso clima de desabastecimento no país.
Os Estados Unidos tiveram seus interesses prejudicados com a eleição de Allende para a presidência do Chile, porque ela significou uma enorme barreira para a Operação Condor, planejada para conter os movimentos de resistência às ditaduras militares que se espalhavam pelos países da América Latina nas décadas de 60 e 70. A Argentina e o Brasil foram exemplos destas ditaduras.

Dia cinza para o Chile e para o mundo
Em 11 de setembro de 1973, tanques e tropas militares circulam pelas ruas de Santiago. Aviões fazem vôos rasantes no céu. No rádio, hinos militares. Estava instaurado o golpe militar, que resultaria numa ditadura de 17 anos para o povo chileno. Na manhã deste dia, direto do Palácio de la Moneda, Salvador Allende faz um emocionado discurso aos cidadãos chilenos. Era a última vez que eles o ouviriam: ''Trabalhadores da minha pátria: quero lhes agradecer a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que somente foi o interpréte dos grandes anseios de justiça. Estou me dirigindo, sobretudo, à modesta mulher da nossa terra, à camponesa que acreditou em nós. Dirigo-me ao homem do Chile, ao operário, àqueles que cantaram, que entregaram sua alegria e seu espírito de luta'', disse Allende. Os generais pressionavam para que o presidente renunciasse ao seu cargo, mas ele se negou: ''Pagarei com a minha vida a defesa dos princípios que são caros a esta Pátria''. Armado com fuzil soviético e um capacete dos trabalhadores mineiros, Allende não sucumbiu, permaneceu em combate até a destruição total do Palácio de La Moneda. Lá, defendendo seus ideais, foi assassinado pelas tropas de Pinochet.
O sonho de Salvador Allende não morreu. Ele permanece vivo em cada pessoa que luta por uma sociedade justa para todos. Seus ideais seguem nas mentes dos militantes sociais que vão às ruas reivindicarem seus direitos. Allende é um marco na história da América Latina porque mostrou que é possível a existência de um governo popular que atenda às necessidades de seus cidadãos.

Se os tubarões fossem homens... Autor Bertolt Brecht

Workshop: Programa de Informação Profissional: novas potencialidades do mercado de trabalho para cientistas sociais e historiadores

Tendo por objetivo fornecer aos estudantes e jovens profissionais uma visão abrangente sobre as novas potencialidades do mercado de trabalho para cientistas sociais e historiadores, a Escola Superior de Ciências Sociais do CPDOC/FGV realiza o Programa de Informação Profissional. Através de palestras e workshops promovidos por profissionais de destacada e reconhecida atuação, será possível compreender a nova dinâmica de inserção profissional nestas áreas e os novos campos de atuação para os cientistas sociais e historiadores. A entrada é gratuita e não há necessidade de inscrição prévia.

Dia 25 de maio, apresentações de Eliana Granado (antropóloga - FURNAS) e Monique Sochaczewski Goldfeld (historiadora - CPDOC/FGV)
Data: 25 de maio de 2011, quarta-feira, às 14h

Local: Fundação Getulio Vargas, sala 308, 3º andar
Praia de Botafogo, 190.

A Doutrina do Choque

É imperativo difundir este vídeo. Ponham nos vossos blogs, murais, mandem o link por mail, façam download. Primeiro caiu a Grécia, depois caiu a Irlanda, Portugal acabou de cair e a seguir é a Espanha. Para entender qual é o verdadeiro objectivo da consequência da entrada do FMI, é essencial ver este filme.


A Doutrina do Choque from Muito Aterrorizado on Vimeo.

Noções de Coisas

Uma leitura espetacular !!!!


Texto de Darcy Ribeiro

Ilustrações e projeto gráfico de Ziraldo
São Paulo, Editora FTD,1995
Edição brasileira (1ª): Editora FTD, São Paulo,1995.
Com edição belíssima, ilustrada por Ziraldo, o livro "Noções de Coisas" foi escrito por Darcy Ribeiro para o público infanto-juvenil, mas é cativante para leitor de qualquer idade. O livro é composto com crônicas do autor sobre diversos assuntos, despertando a curiosidade e introduzindo pequenas histórias do saber. De forma irreverente e brincalhona, Darcy Ribeiro divaga sobre temas universais (o Sistema Solar, a Terra, a matéria, os seres, a humanidade, a cultura, a civilização) e, ao mesmo tempo, sobre minhocas, unhas e o fim do mundo."Vou contar para vocês, tintim por tintim, tudo o que sei. Não digo que sei tudo, nem digo que o que sei seja sempre verdade. Quem sou eu? Vou dizer aqui, por escrito, o que acho das coisas desse mundo, com a sabedoria que vim juntando a vida inteira. (...) Sempre vivi de olho aceso, assuntando, querendo entender. Assim é que aprendi: observando. Mais, ainda, aprendi de oitiva, escutando sabedorias alheias e conferindo. (...) Conheci muita gente considerada sábia e quis aprender com elas. Não deu certo. Os sábios são muito minuciosos. Cada qual sabe lá sua coisinha e ignora todo o resto. E o resto é o mundo inteiro." (Darcy Ribeiro, Noções de Coisas, editora FTD, 1995, p. 9)

Estende-se o domínio da manipulação: O que se passa na Síria?

por Domenico Losurdo
No momento em que centenas de sírios, civis e militares, acabam de tombar sob os tiros de franco atiradores financiados pelos saidiris e enquadrados pela CIA, a mídia ocidentail acusam o governo de Bachar el-Assad de disparar sobre a sua população e sobre as suas próprias forças policiais. Esta campanha de desinformação visa justificar uma possível intervenção militar ocidental. O filósofo Domenico Losurdo recorda que o método não é novo. Simplesmente, os novos meios de comunicação tornaram-no mais refinado. Doravante, a mentira não é veiculada apenas pela imprensa escrita e audiovisual, ela passa também pelo Facebook e o YouTube.

Desde há alguns dias, grupos misteriosos atiram sobre os manifestantes e, sobretudo, sobre os participantes nos funerais que se seguiram aos acontecimentos sangrentos. Quem compõe estes grupos? As autoridades sírias sustentam que se trata de provocadores, ligados essencialmente aos serviços secretos estrangeiros. No Ocidente, em contrapartida, mesmo à esquerda endossa-se sem qualquer dúvida a tese proclamada em primeiro lugar pela Casa Branca: aqueles que atiram são sempre e apenas agentes sírios vestidos à civil. Obama será a voz da verdade? A agência síria Sana relata a descoberta de "garrafas de plástico cheias de sangue" utilizado para produzir "vídeos amadores falsificados" de mortos e feridos junto aos manifestantes. Como ler esta informação, que retomo do artigo de L. Trombetta em La Stampa de 24 de Abril? Talvez as páginas que se seguem, tiradas de um ensaio que será publicado em breve, contribuam para lançar alguma luz em cima disso. Se alguém se mostrar espantado ou mesmo incrédulo com a leitura do conteúdo do meu texto, que não se esqueça de que as fontes que utilizo são quase exclusivamente "burguesas" (ocidentais e pró ocidentais). (Ver também adenda no fim do texto, NT).

"Amor e verdade"
Nestes últimos tempos, com as intervenções sobretudo da secretária de Estado Hillary Clinton, a administração Obama não perde uma ocasião de celebrar a Internet, o Facebook, o Twitter como instrumentos de difusão da verdade e de promoção, indiretamente, da paz. Quantias consideráveis foram atribuídas por Washington à potencialização destes instrumentos e para torná-los invulneráveis à censura e ataques dos "tiranos". Na realidade, para os novos media e para os mais tradicionais, a mesma regra se aplica: eles também podem ser instrumentos de manipulação e de incitamento do ódio e mesmo da guerra. O rádio foi sabiamente assim utilizado por Goebbels e pelo regime nazi.

Durante a Guerra Fria, mais do que um instrumento de propaganda, as transmissões de rádio constituíram uma arma para as duas partes empenhadas no conflito: a construção de " Psychological Warfare Workshop" eficaz é um dos primeiros deveres assinalados à CIA. O recurso à manipulação desempenha um papel essencial também no fim da Guerra Fria. Entretanto, ao lado da rádio, interveio a televisão. Em 17 de Novembro de 1989, a "revolução de veludo" triunfa em Praga, com uma palavra de ordem que se pretendia gandiana: "Amor e verdade". Na realidade desempenhou um papel decisivo a difusão da fala notícia segundo a qual um estudante fora "morto brutalmente" pela polícia. É o que revela, satisfeito, vinte anos depois, "um jornalista e líder da dissidência", Jan Urban", protagonista da manipulação: a sua "mentira" teve o mérito de despertar a indignação em massa e o afundamento de um regime já periclitante.

No fim de 1989, apesar de fortemente desacreditado, Nicolae Ceausescu ainda está no poder na Romênia. Como derrubá-lo? Os mass media ocidentais difundem maciçamente junto à população romena as informações e as imagens do "genocídio" perpetrado em Timisoara pela polícia de Ceausescu. O que se passou na realidade? Deixemos a palavra com um prestigioso filósofo (Giorgio Agamben), que nem sempre demonstra vigilância crítica em relação à ideologia dominante, mas que sintetizou aqui de modo magistral o caso que tratamos:
"Pela primeira vez na história da humanidade, cadáveres acabados de enterrar ou alinhados nas mesas das morgues foram desenterrados às pressas e torturados para simular diante das câmaras o genocídio que devia legitimar o novo regime. O que o mundo inteiro tinha diante dos olhos em direto como verdade nos écrans de televisão, era a absoluta não verdade. E apesar de a falsificação ser por vezes evidente, ela era autenticada de todos os modos como verdadeira pelo sistema mundial dos media, para que ficasse claro que o verdadeiro doravante não era senão um momento do movimento necessário do falso".

Dez anos depois, a técnica acima descrita é aplicada novamente, com um êxito renovado. Uma campanha martela o horror de que se tornou responsável o país (a Jugoslávia) cujo desmembramento foi programado e contra o qual já se está em vias de preparar a guerra humanitária:
"O massacre de Racak é atroz, com mutilações e cabeça cortadas. É um cenário ideal para despertar a indignação da opinião pública internacional. Alguma coisa parece estranha na matança. Os sérvios matam habitualmente sem efectuar mutilações [...] Como mostra a guerra da Bósnia, as denúncias de atrocidades nos corpos, sinais de tortura, decapitações, são uma arma de propaganda difusa [...] Talvez não tenham sido os sérvios mas sim os guerrilheiros albaneses que mutilaram os corpos".
Naquela altura, os guerrilheiros do UCK não podiam ser suspeitos de uma tal infâmia: eram freedom fighters, combatentes da liberdade. Hoje, no Conselho da Europa, o líder do UCK e pai da pátria no Kosovo, Hashim Thaci, "é acusado de dirigir um clã político-criminal nascido na véspera da guerra" e implicado no tráfico não só de heroína como também de órgãos humanos. Eis o que acontecia sob a sua direção no decorrer da guerra: "Uma quinta em Rripe, na Albânia central, transformada pelos homens do UC em sala de operação, tendo como pacientes prisioneiros de guerra sérvios: um golpe na nuca, antes e extirpar os seus rins, com a cumplicidade de médicos estrangeiros" (presume-se que ocidentais). E assim vem à luz a realidade da "guerra humanitária" de 1999 contra a Jugoslávia; mas durante este tempo o seu desmembramento foi levado a cabo e no Kosovo instala-se e permanece uma enorme base militar estado-unidense.

Façamos um outro salto atrás de vários anos. Uma revista francesa de geopolítica (Hérodote) salientou o papel essencial desempenhado no decorrer da "revolução das rosas", verificada na Geórgia no fim de 2003, pelas redes televisivas que estão nas mãos da oposição georgiana e pelas redes ocidentais: elas transmitem sem descontinuar a imagem (que a seguir revelou-se falsa) da villa que seria a prova da corrupção de Eduard Chevarnadze, o dirigente que se pretendia derrubar. Após a proclamação dos resultados eleitorais que dão a vitória a Chevarnadze e que são declarados fraudulentos pela oposição, esta decide organizar uma marcha sobre Tíflis, que deveria marcar "a chegada simbólica, mesmo pacífica, à capital, de todo um país em cólera". Apesar de convocados por todos os cantos do país com grandes reforços de meios propagandísticos e financeiros, nesse dia afluem à marcha entre 5 000 e 10 000 pessoas: "isto não é nada para a Geórgia"! Mas ainda assim, graças a uma mise en scène refinada e de grande profissionalismo, a cadeia de televisão mais difundida no país chega a comunicar uma mensagem inteiramente diferente: "A imagem está lá, poderosa, a de um povo inteiro que segue o seu futuro presidente". Doravante as autoridades políticas estão deslegitimadas, o país está desorientado e aturdido e a oposição mais arrogante do que nunca, tanto mais que os media internacionais e as chancelarias ocidentais encorajam-no e protegem-no. O golpe de Estado está maduro, ele vai levar ao poder Mikhail Saakashvili, que estudou nos EUA, fala um inglês perfeito e está em condições de compreender rapidamente as ordens dos seus superiores.

A Internet como instrumento de liberdade
Vejamos agora os novos media, particularmente queridos à senhora Clinton e à administração Obama. Durante o Verão de 2009 podia-se ler num diário italiano reputado:
"Desde há alguns dias, no Twitter, circula uma imagem de proveniência incerta [...] Diante de nós, um fotograma de um valor profundamente simbólico: uma página do nosso presente. Uma mulher com o véu negro, que usa uma t-shirt verdade sobre jeans: extremo Oriente e extremo Ocidente juntos. Ela está só, de pé. Tem o braço direito levantado e o punho fechado. Face a ela, imponente, a boca de um SUV, do tecto do qual emerge, hierático, Mahmoud Ahmadinejad. Atrás, os guarda-costas. O jogo dos gestos impressiona: provocação desesperada da parte da mulher; mística da parte do presidente iraniano".

Trata-se de "uma fotomontagem", que parece "verosímil", para chegar mais eficazmente a "condicionar ideias, crenças". As manipulações abundam. No fim do mês de Junho de 2009, as novas mídia no Irã e todos os meios de informação ocidentais difundem a imagem de uma bela jovem atingida por uma bala: "Ela começa a sangrar, perde consciência. Nos segundos que se seguem ou pouco depois, ela está morta. Ninguém pode dizer se foi atingido no fogo cruzado ou se foi atingida de modo deliberado". Mas a busca da verdade é a última coisa em que se pensa: seria de qualquer modo uma perda de tempo e poderia mesmo revelar-se contra-producente. O essencial está alhures: "no presente a revolução tem um nome: Neda". Pode-se então difundir a mensagem desejada: "Neda inocente contra Ahmadinejad", ou então, "uma jovem corajosa contra um regime vil". E a mensagem verifica-se irresistível: "É impossível olhar na Internet de modo frio e objetivo o vídeo de Neda Soltani, a breve sequência em que o pai da jovem e um médico tentam salvar a vida da jovem iraniana de vinte e seis anos". Como na fotomontagem, também no caso da imagem de Neda estamos na presença de uma manipulação refinada, atentamente estudada e calibrada em todos os seus pormenores (gráficos, políticos e psicológicos) com o objectivo de desacreditar e tornar o mais odiosa possível a direção iraniana (Ver adenda no fim do texto, NT)

E chegamos assim ao "caso líbio". Uma revista italiana de geopolítica falou a propósito disso da "utilização estratégica do falso", como confirma em primeiro lugar o "desconcertante caso das falsa fossas comuns" (e de outros pormenores sobre os quais chamei a atenção). A técnica é aquela que se utiliza há décadas, mas que na atualidade, com o advento das novas mídias, adquire uma eficiência terrível: "A luta é primeiro representada como um duelo entre o poderosos e o fraco indefeso, e rapidamente transfigurada a seguir numa oposição frontal entre o Bem e o Mal absolutos". Nestas circunstâncias, longe de ser um instrumento de liberdade, os novos media produzem o resultado oposto. Estamos na presença de uma técnica de manipulação, que "restringe fortemente a liberdade de escolha dos espectadores"; "os espaços para uma análise racional são comprimidos ao máximo, em particular explorando o efeito emotivo da sucessão rápida das imagens".

E assim reencontra-se para os novos media a regra já constatada para o rádio e a televisão: os instrumentos, ou potenciais instrumentos, de liberdade e de emancipação (intelectual e política) podem inverter-se e muitas vezes invertem-se hoje no seu contrário. Não é difícil prever que a representação maniqueísta do conflito na Líbia não resistirá muito tempo; mas Obama e seus aliados esperam no intervalo atingir os seus objetivos, que não são verdadeiramente humanitários, mesmo se a novlíngua teima de defini-los como tais.

Espontaneidade da Internet
Mas retornemos à fotomontagem que mostra uma dissidente iraniana a desafiar o presidente do seu país. O autor do artigo que cito não se interroga sobre os artesãos de uma manifestação tão refinada. Vou tentar remediar esta lacuna. No fim dos anos 90 já se podia ler no International Herald Tribune: "As novas tecnologias mudaram a política internacional"; aqueles que estiverem em condições de controlá-las vêem aumentar desmedidamente seu poder e sua capacidade de desestabilização dos países mais fracos e tecnologicamente menos avançados.

Estamos na presença de um novo capítulo da guerra psicológica. Também neste domínio os EUA estão decisivamente na vanguarda, tendo no seu activo décadas de investigação e de experimentações. Há alguns anos Rebecca Lemov, antropóloga d Universidade do Estado de Washington, publicou um livro que "ilustra as tentativas desumanas da CIA e de alguns dos maiores psiquiatras de "destruir e reconstruir" a psique dos pacientes nos anos 50". Podemos então compreender um episódio que se verificou neste mesmo período. Em 16 de Agosto de 1951, fenômenos estranhos e inquietantes vieram perturbar Pont-Saint-Esprit, "uma aldeia tranquila e pitoresca" situada "no Sudeste da França". Sim, "a aldeia foi sacudida por um misterioso vento de loucura coletiva. Pelo menos cinco pessoas morreram, dezenas acabaram no asilo, centenas deram sinais de delírio e de alucinações [...] Muitos acabaram no hospital com a camisa de força". O mistério, que durante longos anos cercou este ataque de "loucura coletiva", agora está desvendado: tratou-se de uma "experimentação efetuada pela CIA, com a Special Operation Division (SOD), a unidade secreta do Exército dos EUA de Fort Detrick, Maryland"; os agentes da CIA "contaminaram com LSD as baguetes vendidas nas padarias da aldeia", provocando os resultados que vimos acima. Estamos no princípio da Guerra Fria: certamente os Estados Unidos eram aliados da França, mas é justamente por isso que esta se prestava facilmente às experimentações de guerra psicológica que tinham como objetivo o "campo socialista" (e a revolução anti-colonial) mas que dificilmente podiam ser efetuados nos países para além da cortina de ferro.

Coloquemos então uma pergunta: a excitação e o incitamento das massas não podem ser produzidos senão pela via farmacológica? Com o advento e a generalização da Internet, Facebook, Twitter, emergiu uma nova arma, susceptível de modificar profundamente as relações de força no plano internacional. Isto não é mais um segredo, para ninguém. Nos nossos dias, nos EUA, um rei da sátira televisiva como Jon Stewart exclama: "Mas porque enviamos exército se é tão fácil abater as ditaduras via Internet quanto comprar um par de sapatos?" Por sua vez, numa revista próxima do Departamento de Estado, um investigador chama a atenção sobre "como é difícil militarizar" (to weaponize) os novos media para objetivos a curto prazo e ligados a um país determinado; mais vale perseguir objetivos de mais ampla envergadura. As ênfases podem variar, mas o significado militar das novas tecnologias é em todos os casos explicitamente sublinhado e reivindicado.

Mas a Internet não é a própria expressão da espontaneidade individual? Só os mais ingênuos (e os menos escrupulosos) argumentam assim, Na realidade – reconhece Douglas Paal, ex-colaborador de Reagan e de Bush sênior – a Internet é atualmente "gerida por uma ONG que é de fato uma emanação do Departamento de Comércio dos EUA". Trata-se só de comércio? Um diário de Pequem relata um fato amplamente esquecido: quando em 1992 a China pede pela primeira vez para ser conectada à Internet, seu pedido foi rejeitado devido ao perigo de que o grande país asiático pudesse assim "procurar informações sobre o Ocidente". Agora, ao contrário, Hillary Clinton reivindica a "absoluta liberdade" de Internet como valor universal ao qual não se pode renunciar; e contudo – comenta o diário chinês – "o egoísmo dos Estados Unidos não mudou".

Talvez não se trate apenas de comércio. Quanto a isso, o semanário alemão Die Zeit pede esclarecimentos a James Bamford, um dos maiores peritos em matéria de serviços secretos estado-unidenses: "Os chineses também temem que firmas americanas como a Google sejam em última análise ferramentas dos serviços secretos americanos no território chinês. Será uma atitude paranóica?" "Nada disso", responde ele imediatamente. Ao contrário – acrescenta o perito – "organizações e instituições estrangeiras [também] são infiltradas" pelos serviços secretos estado-unidenses, os quais estão de todos os modos em condições de interceptar as comunicações telefônicas em todos os cantos do planeta e devem ser considerado como "os maiores hackers do mundo". Doravante – afirmam ainda no Die Zeit dois jornalistas alemães – não há a mínima dúvida quanto a isso:
"Os grandes grupos da Internet tornaram-se uma ferramenta da geopolítica dos EUA. Antes, havia a necessidade de laboriosas operações secretas para apoiar movimentos políticos em países longínquos. Hoje basta frequentemente um pouco de técnica de comunicação, operada a partir do Ocidente [...] O serviço secreto tecnológico dos EUA, a National Security Agency, está em vias de montar uma organização completamente nova para as guerras na Internet".

Convém portanto reler à luz de tudo isto alguns acontecimentos recentes de explicação não muito fácil. Em Julho de 2009 incidentes sangrentos verificaram-se em Urumqi e no Xinjiang, a região da China habitada sobretudo por uigures. Serão a discriminação e a opressão contra minorias étnicas e religiosas a explicação? Uma abordagem deste tipo não parece muito plausível, a julgar pelo menos com o que informa de Pequim o correspondente de La Stampa:
"Numerosos hans de Urumqi queixavam-se dos privilégios de que desfrutavam o uigures. Estes, de fato, enquanto minoria nacional muçulmana, têm em igual nível condições de trabalho e de vida bem melhores que os seus colegas hans. Um uigur, no escritório, tem autorização para suspender o seu trabalho várias vezes por dia para cumprir as cinco orações muçulmanas tradicionais da jornada [...] Além disso podem não trabalhar na sexta-feira, dia feriado muçulmano. Em teoria eles deveriam recuperar o domingo. Mas no domingo os escritórios estão de facto desertos [...] Outro ponto doloroso para os hans, submetidos à dura política que impõe o filho único por família, é o facto de que os uigures podem ter dois ou três filhos. Como muçulmanos, além disso, eles têm reembolsos acrescidos no seu salário pois como não podem comer porco devem recorrer à carne de carneiro que é mais cara".

Parecem portanto pelo menos unilaterais estas acusações do Ocidente contra o governo de Pequim por querer apagar a identidade nacional e religiosa dos uigures. E então?

Vamos refletir sobre a dinâmica destes incidentes. Numa vila litoranea da China onde, apesar das diferentes tradições culturais e religiosas pré-existentes, hans e uigures trabalham lado a lado, difunde-se de repente o rumor de que uma jovem han foi violada por operários uigures; daí resultam incidentes no decorrer dos quais dois uigures perdem a vida. O rumor que provocou esta tragédia é falso mas então difunde-se um segundo rumor mais forte e ainda mais funesto: a Internet divulga na rede a notícia de que na cidade costeira da China centenas de uigures teriam perdido a vida, massacrados pelos sob a indiferença e mesmo sob o olhar complacente da polícia. Resultado: tumultos étnicos no Xinjiang, que provocam a morte de quase 200 pessoas, desta vez quase todos hans.

Estaremos na presença de uma complicação infeliz e fortuita de circunstâncias ou, em alternativa, da difusão de rumores falsos e tendenciosos visando o resultado que efetivamente se verificou a seguir? Estamos numa situação em que a partir de agora se verificar impossível distinguir a verdade da manipulação. Uma sociedade estado-unidense realizou "programas que permitiriam a um sujeito empenhado numa campanha de desinformação adotar simultaneamente até 70 identidades (perfis de redes sociais, contas em fóruns, etc) gerindo-os paralelamente: tudo isso sem que se possa descobrir quem puxa os fios desta marionete virtual". Quem recorreu a estes programas? Não é difícil adivinhar.

O diário citado aqui, não suspeito de anti-americanismo, precisa que a sociedade em causa "fornece serviços a diversas agências governamentais estado-unidenses, como a CIA e o Ministério da Defesa". A manipulação de massa celebra o seu triunfo enquanto a linguagem do Império e da novilíngua fazem-se, na boca de Obama, mais doces e suaves do que nunca.

Volta então à memória a "experimentação efetuada pela CIA" durante o Verão de 1951, que produziu "um misterioso vendaval de loucura coletiva" na "aldeia pitoresca e tranquila" de Pont-Saint-Esprit. E eis-nos de novo obrigados a nos colocarmos a pergunta inicial: a "loucura coletiva" pode ser produzida só por via farmacológica ou pode hoje ser o resultado do recurso, também, às "novas tecnologias" da comunicação de massa?

Franco-atirados presos pelas autoridades sírias. Compreendem-se então os financiamentos de Hillary Clinton e da administração Obama aos novos media. Vimos que a realidade das "guerras na Internet" a partir de agora é reconhecida mesmo por órgãos reputados da imprensa ocidental; salvo que na linguagem do Império e na novilíngua a promoção das "guerras na Internet" torna-se a promoção da liberdade, da democracia e da paz.
Os alvos destas operações não permanecem inertes: como em toda guerra, os fracos procuram reduzir a sua desvantagem aprendendo com os mais fortes. E eis que estes últimos gritam escandalizados: "No Líbano aqueles que melhor dominam os novos media e as redes sociais não são as forças políticas pró ocidentais que apoiam o governo de Saad Hariri, mas sim os "Hezbolá". Esta observação deixa fugir um suspiro: ah, como seria belo se, assim como aconteceu com a bomba atômica e as armas (propriamente ditas) mais refinadas, também para as "novas tecnologias" e as novas armas de informação e desinformação em massa, aqueles que detêm o monopólio fossem o país que inflige um interminável martírio ao povo palestino e pudessem continuar a exercer no Médio Oriente uma ditadura terrorista! O fato é – lamenta-se Moises Naïm, diretor da Foreign Policy – que os EUA, Israel e o Ocidente já não enfrentam mais os "ciber-idiotas de outrora". Estes "contra-atacam com as mesmas armas, fazem contra-informação, envenenam os poços": uma verdadeira tragédia do ponto de vista dos presumidos campeões do "pluralismo". Na linguagem do Império e na novilíngua, a tímida tentativa de criar um espaço alternativo ao que é gerido e hegemonizado pela superpotência solitária torna-se um "envenenamento dos poços".

Adenda do Réseau Voltaire
Sobre o Facebook na Síria
Desde o princípio das maniestações em Deraa, foi aberta uma página no Facebook com o título "Revolução síria 2011": slogan publicitário para verdadeiros revolucionários: se não se conseguir em 2011 deixa-se cair? Durante a jornada, esta página contava com 80 mil amigos, quase todos das contas Facebook criadas no mesmo dia. Isto é impossível salvo se os "amigos" forem contas virtuais criadas por software.
A propósito do caso Neda no Irã
Se revê o vídeo da morte da jovem Neda passando-o em câmara lenta, constata-se que ao cair a jovem tem o reflexo de amortecer a sua queda com o braço. Ora, toda pessoa atingida por bala – ainda mais no peito – perde os seus reflexos. O corpo deveria cair como uma massa. Mas não é o caso. É impossível que a jovem tenha sido por bala naquele momento. Alguns segundos mais tarde, o vídeo mostra o rosto da jovem. Ele está bem. Ela passa a mão sobre o seu rosto e é então recoberto de sangue. O aumento da mão mostra que ela dissimula um objecto na sua palma e que ela espalha ela própria o sangue sobre o seu rosto. A jovem é então levada pelos seus amigos ao hospital. Ela morre durante o transporte. Chegada ao hospital, constata-se que a morte se deveu a uma bala em pleno peito. Esta não pode ter sido atirada senão pelos seus "amigos" durante o seu transporte.

Referências bibliográficas
# Giorgio Agamben 1996, Mezzi senza fine. Note sulla politica, Bollati Boringhieri, Torino.
# James Bamford (interview) 2010, quot Passen Sie auf, was Sie tippen quot, par Thomas Fischermann, in Die Zeit, 18 février, pp. 20-21.
# Ennio Caretto 2006, La Cia riprogrammò le menti dei reduci, in Corriere della Sera, 12 février, p. 14.
# Germano Dottori 2011, Disinformacija. L'uso strategico del falso nel caso libico, in Limes. Rivista italiana di geopolitica, n. 1, pp. 43-49.
# Alessandra Farkas 2010 quot La Cia drogò il pane dei francesi quot. Svelato il mistero delle baguette che fecero ammattire un paese nel '51, in Corriere della Sera, 13 mars, p. 25.
# Thomas Fischermann, Götz Hamann 2010, Angriff aus dem Cyberspace, in Die Zeit, 18 février, pp. 19-21.
# Carlo Formenti 2011, La quot disinformazia quot ai tempi del Web. Identità multiple per depistare, in Corriere della Sera, 28 février, p. 38.
# Massimo Gaggi 2010, Un'illusione la democrazia via web. Estremisti e despoti sfruttano Internet, in Corriere della Sera, 20 mars, p. 21.
# Régis Genté 2008, Des révolutions médiatiques, in Hérodote, revue de géographie et de géopolitique, 2° trimestre, pp. 37-68.
# Mara Gergolet 2010, L'Europa : quot Traffico d'organi in Kosovo quot, in Corriere della Sera, 16 décembre, p. 18.
# Global Times 2011, The internet belongs to all, not just the US, in Global Times, 17 février.

Pra não dizer que não Falei das Flores...

“Ressurge a democracia” – o Globo, em 2 de abril de 1964.

Transcrevemos aqui o editorial em apoio ao Golpe civil-militar que O Globo escreveu logo após o Golpe. No dia 2 de abril.


2 de abril de 1964


“Ressurge a Democracia”

Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.


Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.


Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.


Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.


As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”


No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.


Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.


Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.


A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.


Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.”

1º DE ABRIL - O GOLPE NORTE-AMERICANO NO BRASIL

Laerte Braga

A grande preocupação do governo do presidente Lyndon Johnson e do secretário de Estado Dean Rusk com o Brasil é que, antes de Nixon, haviam percebido a importância do País em toda a América Latina – isso em tempos de guerra fria – e os tempos de euforia entre setores populares dessa parte do mundo com a revolução cubana de 1959.

As chamadas reformas de base que vinham sendo implementadas pelo governo do presidente João Goulart eram entendidas pelo governo dos EUA como o fermento para uma vitória eleitoral em 1965. Acreditavam que no curso dos acontecimentos as diferenças que separavam Leonel Brizola (ex-governador do Rio Grande do Sul e então deputado federal da antiga Guanabara com 25% dos votos do eleitorado) do governador Miguel Arraes (Pernambuco) acabariam por sumir resultando numa aliança que provavelmente faria de Brizola o candidato do antigo PTB a presidente e Arraes seu companheiro de chapa, como vice-presidente.

A constituição de 1946 não estabelecia a necessidade de maioria absoluta dos votos, sendo assim, de um segundo turno entre os mais votados e esse fato já havia sido levantado por Carlos Lacerda na tentativa frustrada de impedir a posse de JK, eleito em 1965 com pouco mais de 30% dos votos.

Como o quadro se completava com uma divisão entre as forças à direita, o golpe de 1964 começou a se delinear de forma concreta bem antes de sua materialização, na posse do próprio Goulart.

Os norte-americanos tinham consciência da aversão de boa parte das forças armadas brasileiras por Goulart (desde o manifesto dos coronéis em 1954 contra o aumento do salário mínimo em 100% e Jango era o ministro do Trabalho).

Carlos Lacerda e Magalhães Pinto já estavam com suas campanhas nas ruas, desde 1963, ambos da UDN, mas certo era que Magalhães deixaria o partido se percebesse que seria derrotado na convenção. Teria, à sua disposição um leque de partidos para apresentar sua candidatura, a fidelidade partidária era um termo até então desconhecido. E o PSD lançara o JK-65 no dia seguinte ao da posse de Jânio Quadros.

A aliança Brizola-Arraes de saída traria três importantes estados da Federação. A antiga Guanabara, o Rio Grande do Sul e Pernambuco. A direita sairia dividida em Minas com a disputa JK e Magalhães Pinto e Lacerda dependeria de sua retórica golpista, seus dramalhões fascistas para tentar empolgar o eleitorado de outros estados, mas ainda assim com o risco de dividir São Paulo (o maior colégio eleitoral do País e tradicionalmente votando à direita) entre ele Lacerda, Magalhães e JK, que dos três era o mais fraco naquele estado.

A presença de Ademar de Barros no governo paulista e o fracasso de Jânio com sua renúncia poderiam vir a acrescentar fôlego à candidatura de Juscelino, abrigo natural para o governador paulista, isso se não cismasse de tentar a presidência pela terceira vez (fora derrotado em 1955 e em 1960.

O grande feito do governo Goulart, fato que assustou mais ainda os norte-americanos, foi o despertar dos trabalhadores de um modo geral e incluir entre esses, os até então silenciosos camponeses, em franco processo de organização a partir das Ligas Camponesas criadas pelo deputado Francisco Julião (para se ter uma idéia da força de Julião, em 1962 foi eleito deputado federal e arrastou consigo candidatos com menos de cem votos, isso em Pernambuco).

A percepção que as reformas de base poderiam fortalecer uma eventual candidatura de Leonel Brizola e eram muito mais amplas que a reforma agrária e a tributária, tocavam em setores considerados vitais pela direita, o das comunicações, levou os EUA a indicar Lincoln Gordon para embaixador no Brasil e Vernon Walthers, um general, para adido militar.

A missão da dupla era derrubar Goulart. Gordon era especialista em missões desse gênero e Walthers um dos mais importantes militares norte-americanos à época (chegou a ser diretor da CIA), além do que amigo íntimo e Castello Branco, primeiro ditador. Falava português fluentemente.

Coube a Gordon aliciar o empresariado paulista (o mais expressivo do Brasil), o seu entorno em outros estados da Federação, ligá-los aos setores golpistas da UDN (Lacerda e Magalhães Pinto) e a Walthers formar os batalhões norte-americanos dentro das forças armadas brasileiras.

Um registro é importante. A derrubada de Vargas em 1945, significava muito mais que colocar um ponto final num governo errático do ponto de vista ideológico, mas ao mesmo tempo, com fortes bases populares e começando a dar sinais de inclinações para a esquerda. Sonhavam com o início de um Brasil aliado incondicional dos EUA elegendo o brigadeiro Eduardo Gomes presidente da República. Não elegeram, mas não perderam. Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de Vargas, marechal do exército, figura preponderante no golpe de 1937 virou presidente e os EUA ganharam. Em parte, mas ganharam.

Militares brasileiros de extrema-direita torciam o nariz para Dutra, desejavam a capitulação total.

Magalhães Pinto, fiel ao seu estilo de cobra peçonhenta, traiçoeiro e ardiloso, ao mesmo tempo que se uniu ao esquema traçado pelo embaixador dos EUA, de olho na sua disputa com Lacerda pela indicação presidencial, fingia-se aliado de Jango e articulava com dois generais de expressão menor dentro do Exército, Carlos Luís Guedes e Mourão Filho (com comandos em Minas) um golpe particular em que pudesse despontar como o grande líder civil do Brasil.

Mourão não saiu com as tropas da IV Região Militar sediada em Juiz de Fora de maneira aleatória. Tinha um compromisso com Magalhães Pinto e era amigo pessoal de JK, a quem visitou aliás, quando chegou ao Rio e alojou seus soldados no estádio do Maracanã.

O 31 de março não foi o início do golpe de estado. Foi a aventura de Magalhães Pinto (esteve na cidade de Juiz de Fora horas antes das tropas começarem a descida para o Rio).

O golpe decidido em Washington, planejado pelo embaixador e pelo adido militar dos EUA no Brasil começou de fato no dia 1º de abril, quando Castello Branco, alertado pelos norte-americanos conseguiu a adesão de militares supostamente leais a Jango, caso de Justino Alves Bastos, comandante do IV Exército (Nordeste) e Amaury Kruel (II Exército, São Paulo). Beneficiou-se da presença das tropas de Mourão já no Rio e o apoio de figuras como o general Muricy, o general Antônio Bandeira, todos em comandos secundários, mesmo tendo perdido o comando do III Exército, Rio Grande do Sul para o general Ladário Telles, leal a Goulart e sem o apoio de Âncora de Moraes, comandante do I Exército que preferiu deixar as coisas correrem à sua revelia sem tomar partido. A maior parte dos seus comandados tomou partido pelo golpe.

Aeronáutica e Marinha, no espectro político do País sempre foram forças à extrema-direita, aliaram quase que incondicionalmente ao golpe, a despeito da ação do brigadeiro Moreira Lima, ministro da Aeronáutica, que resistiu com bravura e dignidade na defesa da ordem constitucional.

Todos os líderes políticos envolvidos no processo, Lacerda, Magalhães e Ademar de Barros e quando da consumação do golpe JK, contavam com um breve período de intervenção militar e a realização de eleições presidenciais em 1965.

Castello assumiu esse compromisso com todos eles. Terminou peitado pelo seu ministro Costa e Silva e acabou morrendo em condições misteriosas assim que deixou o poder.

A exceção de Magalhães Pinto que se manteve no entorno do golpe (ministro das Relações Exteriores de Costa e Silva e presidente do Senado), todos os demais, Lacerda. JK e Ademar de Barros se viram privados dos seus direitos políticos.

Obcecado, Magalhães acreditou que num determinado momento os civis voltariam a governar o País e era preciso estar ali perto dos militares, nem que isso custasse toda a sorte de concessões possíveis, além dos negócios, evidente, o Banco Nacional.

Para qualquer eventualidade a IV Frota norte-americana estava em águas territoriais brasileiras. A hipótese de uma reação de Goulart e uma guerra civil garantiria aos golpistas o apoio necessário para a luta.

Perto de dois mil e quinhentos oficiais, sub-oficiais e sargentos das forças armadas foram expurgados num processo de alinhamento absoluto com os norte-americanos e de 1º de abril de 1964 até o último dia do governo do general João Figueiredo, o Brasil foi parte integrante de uma sinistra operação tramada em Washington, que varreu toda a América Latina e se transformou numa longa noite de trevas e sombras, onde o ódio, a tortura, a barbárie foram a regra geral.

O rosnar do governo Geisel na ruptura do tratado militar entre os EUA e o Brasil terminou na concessão a pesquisas petrolíferas e empresas de fora dentro do território nacional, o inicio do fim do monopólio estatal, mais tarde liquidado pelo governo FHC e recuperado em alguns pontos pelo governo do presidente Lula, justiça seja feita. Mas só em alguns pontos.

Essa parte da História do Brasil ainda está oculta. Os militares resistem a que seja contada, exposta.

Hoje, sexta-feira, 1º de abril, fala-se em desmoralização e desrespeito aos militares brasileiros. O terão de volta quando forem capazes de abrir os baús desse período trágico e nocivo ao Brasil e aos brasileiros e se constituírem em forças armadas brasileiras, nunca em “policiais” do continente latino-americano, sob comando dos EUA.

Quando se inspirarem em militares do porte de Teixeira Lott. Rui Moreira Lima, Ladário Pereira Telles, major Cerveira, Carlos Lamarca e muitos outros.

Há um detalhe histórico de importância capital e que precisa ser visto com outros olhos. Quando Luís Carlos Prestes, ele próprio militar, líder da Coluna Prestes, defendeu o que chamaram de “queremismo”, ou seja, eleições em 1945, mas com Getúlio no governo, uma transição de Getúlio para um presidente eleito, Prestes não estava fazendo concessões ao algoz de Olga, ao seu algoz. Estava percebendo e entendendo a História e isso o torna maior ainda no panteão dos grandes brasileiros, dos grandes militares brasileiros, compreendendo que o sacrifício por um ideal é maior que o soldo de Washington, que qualquer soldo que Washington possa pagar. Washington ou qualquer outro.

Os militares querem respeito? Que se façam respeitar cessando as reações e intimidações à barbárie que os homens de 1964 promoveram no Brasil em todos os sentidos.

E um detalhe, o governo de Johnson apavorou-se quando o governo Goulart começou a ceder concessões de rádios e tevês a sindicatos e a organizações populares, ameaçando quebrar o poder da mídia padrão GLOBO (desde aquela época).

Esse artigo, longe de ser História, mas fatos que somam a ela, me trouxe à lembrança o encontro de Goulart com Lacerda, em 1968, presentes o ex-presidente Juscelino e o ex-deputado José Talarico Gomes.

Lacerda, no vôo para Montevidéu, estavam formando a Frente Ampla para enfrentar a ditadura, confessou a JK sua dificuldade em como cumprimentar Goulart, tendo sido ele o responsável, um dos principais, pela derrubada do governo. JK respondeu-lhe que não se preocupasse.

No encontro, na casa de Goulart, com os olhos cheios de lágrimas Lacerda disse a Jango – “presidente eu entendo que o senhor me tenha ódio, mas estou aqui de braços abertos pelo Brasil” –

Em sua extraordinária grandeza Jango abriu os braços e disse o seguinte – “não lhe tenho ódio governador, o senhor foi sempre meu adversário e me combateu pela frente. Não guardo ódios e nem rancores, mas desprezo pelo governador Magalhães Pinto que até a última hora se fingiu meu aliado. Esses são os covardes”.

CALENDÁRIO HISTÓRICO

Formidável documento para consulta.

Clicamos sobre uma data do calendário e mostra-nos acontecimentos historico até ao dia de hoje.
Uma verdadeira enciclopédia.
Muito bom para consulta historica da data

(está em frances, mas seu computador pode traduzir para sua lingua, se vc tiver o google translate instalado)
(não tem virus)

http://www.lessignets.com/signetsdiane/calendrier/index.htm

Para entender Cuba!



UM DIA DE DEBATES SOBRE OS AVANÇOS, AJUSTES E PROJETOS DA TRAJETÓRIA E DAS EXPECTATIVAS E ESPERANÇAS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA CUBANA

Local: Sindicato dos Engenheiros (Auditório) Avenida Rio Branco, 277 - 17º andar - Cinelândia

02/04/2011 sabado

Abertura: 9h
Historia da Revolução Cubana
Horário: 09h30
Expositores:
Luis Mergulhão (MORENA), Carlos Barão (CAL/ACJM) e Nívea Regina (MST)
Comentarista: Aldo Fidel Cruces Amaro (Cônsul de Cuba)
Moderadora: Magdalena Tortisco (ANCREB)

Horário: 14h30
Conjuntura atual da Revolução Cubana
Expositores: Marco Antonio V. Santos (CECAC), Antonio Cicero Sousa (CEPPES) e Ricardo Quiroga (MORENA)
Comentarista: Ariel Herrero Escalante (Jornalista cubano)
Moderador: Marcelo Durão (MST)

Horário: 16h
Perspectivas da Revolução Cubana
Expositores:
Zuleide Faria (ACJM), Mario Augusto Jakobskind (Jornalista/Escritor) e Modesto da Silveira (Advogado)
Comentarista: Lazaro Mendéz (Cônsul Geral de Cuba)
Moderador: Raymundo de Oliveira (CAL/ACJM)

Entidades Promotoras:
Associação Cultural José Martí (ACJM)
Casa da América Latina (CAL)
Centro Cultural Antonio Carlos Carvalho (CECAC)
Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES)
MORENA - círculos bolivarianos
Movimento dos Sem Terra (MST)
Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil (ANCREB)

Material de divulgação na sede da Associação Cultural José Martí (ACJM)
Avenida 13 de maio, 23, salas 1623 e 1624 - Centro - CEP 20031-000 - Tel/Fax (21) 2532-0557 acjm_rj@ig.com.br


Para se divertir... estudando



Clique aqui


Pensamentos rebeldes

"...na nossa história os heróis e os grandes feitos não são heróis e grandes senão na medida em que acordam com os interesses das classes dirigentes, em cujo benefício se faz a história oficial..."


Caio Prado Júnior (Prefácio da 1ª edição do livro Evolução Política do Brasil - Colônia e Império).